sábado, 17 de agosto de 2013

CONVIVENDO COM UM PERVERSO

Nem era tão bonita assim. Sua educação, delicadeza e inteligência eram seu passaporte para conquistas que alimentavam a certeza quanto a sua infalibilidade. Com frequência sentia-se ameaçada por pessoas que desfrutavam de sua convivência há algum tempo e atribuía tal sensação à inveja que delas emanava. Nesses momentos, tornava-se agressiva e irônica, destilando em palavras e gestos sutis e velados toda sua ira, de forma a gerar no outro sentimentos de medo, a inibir a possibilidade de um entendimento. Sua incapacidade de perceber-se suscetível aos erros fazia com que sempre, em situações como esta, projetasse toda a culpa na outra pessoa, eximindo-se de qualquer responsabilidade e deixando como alternativa de reparação, aceitar seus argumentos e submeter-se a eles. Com o tempo, a repetição dessa dinâmica neutralizava as forças e percepções do outro, destruindo gradativamente a auto estima daqueles que junto a ela permaneciam, apesar de toda a sua insensibilidade... Conviver com um perverso gera sentimentos infindáveis de culpa, inadequação, impotência e abandono, além de quadros severos de ansiedade e de depressão. É às custas de uma grande tensão interior que a vítima consegue acalmar seu algoz nas ocasiões em que se apresenta nervoso, que mascara o descontentamento com a relação e que se esforça para não reagir. O organismo vive em constante estado de alerta, liberando hormônios que depreciam o sistema imunológico e modificam os neurotransmissores cerebrais. A longo prazo, a persistência de taxas hormonais elevadas gera distúrbios que se instalam cronicamente como: palpitações, sensações de opressão, falta de ar, fadiga, perturbações do sono e digestivas, nervosismo, irritabilidade, dores de cabeça e abdominais, úlceras de estômago, doenças cardiovasculares e de pele, perda ou ganho de peso e, ainda, enfraquecimento. As estratégias básicas que norteiam um comportamento perverso, passada a fase do enredamento, são padrões agressivos nos quais pode-se notar o uso dos recursos da mentira, da linguagem paradoxal, da desqualificação, da recusa ao diálogo, todas elas como forma de confundir a vítima sobre a mensagem dada pelo agressor e a recebida por aquela, o que favorece a manutenção da manipulação e do controle na relação. Como irritar um perverso? Mostre que percebe seu jogo. É tentador imaginar-se virando o tabuleiro, deixando fluir a própria natureza perversa, mas é importante saber que normalmente o perverso não perde uma guerra. Travar uma batalha psíquica com alguém com essa natureza promove um desgaste físico e emocional tão intenso quanto manter-se inerte. O recomendável é evitar a sedução do jogo e proteger-se, buscando ajuda psicológica para que seja possível descobrir sentimentos e necessidades que promovem a vinculação a ele e o fortalecimento para libertar-se da relação ou o aprendizado necessário para lidar com ela. E neste campo, não há espaço para ilusões! Um perverso dificilmente muda seu padrão comportamental!

20 MANEIRAS DE DETECTAR UM PSICOPATA

Por Pablo Huerta. Há uma frase que diz: “Não são todos os que estão, nem estão todos os que são”. Quer dizer que, nem todos os que estão em um hospital psiquiátrico são loucos e nem todos os loucos estão em um hospital psiquiátrico. Há psicopatas em todas as partes: dirigindo um transporte público, administrando uma empresa ou governando um país. Onde menos se espera pode haver alguém com uma psicopatia: um transtorno de personalidade antissocial . Claro que isso não significa necessariamente que essas pessoas sejam más, apenas não sentem empatia pelos outros nem remorso pelos seus atos. Eles vivem pelas suas próprias regras e só sentem culpa quando rompem com o seu código de conduta. Para os psicopatas as pessoas são coisas, objetos que servem para satisfazer seus interesses. Se na sua programação não estiver machucar o outro, não o farão. E poderão viver em comunidade porque entendem os códigos sociais. Eles se adaptam. O terrível acontece quando eles não conseguem evitar de fazer o mal. Mas a maioria não comete crimes, ainda que não tenham vergonha de mentir, manipular ou machucar para conseguir o que têm em mente. Quando cometem crimes, de um ponto de vista penal, como estão conscientes dos seus atos, são responsáveis. Mas, ao contrário de um réu normal, não existe a possibilidade de correção de sua conduta, assim a reabilitação é baseada em uma forma de vida que possa lhes trazer benefícios e evitar outros danos. 20 MANEIRAS DE DETECTAR UM PSICOPATA Faceta interpessoal: 1. Eles têm uma boa oratória e charme. São simpáticos e conquistadores num primeiro momento. 2. Têm uma autoestima exagerada. Se acham melhores que os outros. 3. São mentirosos patológicos. Mentem principalmente para conseguir benefícios ou justificar suas condutas. 4. Têm comportamento manipulador. E, se forem inteligentes o bastante, os outros não perceberão esse comportamento psicopata. Faceta afetiva: 5. Não sentem remorso ou culpa. Nunca ficam em dúvida. 6. Quanto à afetividade, são frios e calculistas. Não aceitam as emoções, mas conseguem simular sentimentos se for necessário. 7. Não sentem empatia. São indiferentes. E até podem manifestar crueldade. 8. Têm uma incapacidade patológica para assumir responsabilidade pelos seus atos. Não aceitam os seus erros. Eles raramente procuram ajuda psicológica, porque acham que o problema é sempre dos outros. Faceta estilo de vida: 9. Necessitam de estímulo constante. Ficam aborrecidos facilmente. 10. Gostam de um estilo de vida parasitário. 11. Agem descontroladamente. 12. Não têm metas a longo prazo. Vivem como nômades, sem direção. 13. Eles se comportam impulsivamente. Com ações recorrentes que não são premeditadas. Junto com a falta de compreensão das consequências de suas ações. 14. São irresponsáveis. Faceta antissocial: 15. Tendem a ser deliquentes na juventude. 16. Demonstram problemas de conduta desde a infância. 17. Tiveram a revogação de sua liberdade condicional. 18. Eles têm versatilidade para a ação criminal. Eles preferem golpes e delitos que requerem a manipulação de outros. Outros não incluídos em nenhuma das facetas: 19. Têm tendência a uma vida sexual promíscua, com vários relacionamentos breves e ao mesmo tempo. Gostam de falar sobre suas conquistas e proezas sexuais. 20. Acumulam muitos casamentos de curta duração. Não se comprometem por muito tempo por ter que manter um vínculo. Estes items formam o método popular chamado de PCL (Psychopathy Checklist) desenvolvido por Robert Hare, PhD em Psicologia e professor da Universidade de British Columbia no Canadá. Cada atributo recebe uma pontuação de zero a dois, e para o diagnóstico correto se adiciona uma entrevista semiestruturada e a análise do histórico do paciente. Segundo Hare, um por cento da população é psicopata. Pode acontecer mesmo em uma idade precoce. Segundo o psiquiatra forense John MacDonald há uma tríade que poderia indicar uma futura personalidade psicopática: crueldade com animais, piromania e a incontinência urinária persistente depois dos quatro ou cinco anos de idade. Na sociedade já ficou instituído, graças a Hollywood, a ideia de que todos os psicopatas são como Hannibal Lecter ou Dexter, encantadores, com certeza. Mas é claro que não é preciso esquartejar alguém para ser louco. Assim, é melhor estar ciente das pessoas ao seu redor. Que não esteja sendo vítima de uma manipulação enlouquecida e ainda não ter se dado conta. Se você quiser saber mais sobre como detectar um psicopata, não perca O DIABO A SEU LADO, todas as quintas às 22H.