Estuda-se sobre psicopatia e narcisismo perverso, porém pouco se fala das vitimas. Como se recuperar de uma avalanche de agressões psicologias e fisicas advindas do convivio com alguém assim? como recuperar nossa alma?.Criei esse blog para que juntos possamos formar uma corrente de ajuda e estudos para que no minimo nosso "eu" fique menos fragmentado e possamos encontrar sentido na caminhada. OBS: Escolhi o termo perverso para substituir ou englobar tanto o "psicopata" como o "narcisismo".
quinta-feira, 26 de junho de 2014
Psicopatas "Leves"
Quem não conhece um "leve" psicopata? Depois de ter lido o livro "Mentes Perigosas", da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, você vai ver que conhece, e muitos!
Eles são narcisistas, egocêntricos. Pensam muito e sentem pouco. Tomam decisões a partir de como podem ser beneficiados com prazer, auto-satisfação, poder, status e diversão.
Além de terem o prazer no "errado", isto é, de nadar contra a corrente, facilmente se ofendem e tornam-se violentos, pois não suportam contrariedades. São sempre vítimas.
Intolerantes ao tédio ou a situações rotineiras, os psicopatas buscam situações que possam mantê-los em um estado permanente de alta excitação. Por isso, evitam atividades que demandam grande concentração por longos períodos. Compromissos e obrigações nada significam para eles.
Naturalmente, pessoas assim não são confiáveis. Eles mentem, manipulam e chantageiam sem a menor dificuldade. Inteligentes, manipuladores, especializados no assédio psicológico, sabem convencer os outros. Eles conhecem as fraquezas alheias, apesar de não serem capazes de sentir o que os outros sentem.
Um dado importante: todo psicopata, de grau mais leve ou mais alto, tem consciência de seus atos, mas não sente a dor que causa nos outros, porque simplesmente seu cérebro não funciona assim.
Vamos compreender isso melhor. A grande maioria dos seres humanos é formada de empáticos: o sofrimento alheio provoca dor neles mesmos, o que os leva a tentar ajudar seus semelhantes. Ajudar o outro é uma forma de aliviar a dor que este lhes causa. Desta forma, nosso cérebro nos leva a ter comportamentos que garantem a harmonia social.
De modo simples e didático, podemos resumir nosso cérebro em duas importantes áreas: o sistema límbico (a sede das emoções) e o lobo frontal (sede do raciocínio).
Uma pessoa empática é capaz de ter ações compassivas e socialmente adequadas pois, como seu sistema límbico é ativado por emoções básicas, como raiva e medo, ele envia sinais para o lobo frontal onde são ativadas as áreas responsáveis pelos aspectos cognitivos - frios e racionais, assim como o julgamento moral.
Estudos comprovam que 4% da população mundial sofre de um déficit nos circuitos do sistema límbico, que deixa de transmitir, de forma correta, as informações para que o lobo frontal possa desencadear comportamentos adequados. Ou seja, chegam menos informações do sistema afetivo para o centro executivo do cérebro. Assim, o lobo frontal, sem dados emocionais, prepara um comportamento lógico e racional, mas desprovido de afeto. Por isso, eles têm consciência de seus atos, mas não sentem a dor que causam nos outros!
Desta forma, os psicopatas não sentem medo nem ansiedade: parecem imunes ao estresse. Permanecem calmos em situações que fariam muitas outras pessoas entrar em pânico. São indiferentes à ameaça de punição. Eles têm até dificuldade de reconhecer medo e tristeza nos rostos e nas vozes das pessoas.
Uma vez que admitimos que uma pessoa é assim, biologicamente incapaz de se responsabilizar por suas ações, ficamos atônitos. Segundo a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, estas pessoas nascem assim e irão morrer assim. Então, desista de querer mudá-los!
Mas, como lidar com eles? Como sentir compaixão por estas pessoas capazes de ferir e destruir a vida de tantas outras pessoas?
Tenho pensado bastante sobre isso. Em primeiro lugar, creio que seja importante admitirmos que certas pessoas são mesmo assim. Não precisamos rotulá-las de psicopatas, associando-as com pessoas criminosas e intencionalmente agressivas. Apenas reconhecer que certas pessoas são mesmo um pouco assim.
Um pouco é um dado relevante. Reconhecer este pouco já vai nos ajudar muito! Pois passaremos a investir nos relacionamentos com uma moeda de troca mais real e coerente.
Por exemplo, quando alguém nos mantém refém de suas promessas. Parece que o melhor está sempre por vir e que cabe a nós, tão somente a nós mesmos, saber conter nossa ansiedade, nos responsabilizarmos pelos danos da espera e "confiar neles". Como pessoas empáticas, não somos impulsivos. Mas, quando as promessas revelam-se mecanismos de controle para manter a situação vigente, devemos abrir os olhos!
Nestes casos, segue aqui um conselho: não confunda o que uma pessoa diz ter para oferecer, com ela mesma. Sua capacidade de realizar o que diz não é real!
Portanto, a primeira coisa a fazer é ajustar a intenção com que as promessas são reveladas, com a realidade concreta dos fatos. Uma vez recuperada a lucidez de nossa real situação, temos que nos preparar para olhá-la sob uma nova perspectiva. Como diz o velho ditado: "mais vale um pássaro na mão do que dois voando".
Pare e reflita. Você está sendo refém de alguma promessa manipuladora? Caso a resposta seja sim, calma. Mesmo consciente de sua limitação, será preciso ir aos poucos. Procure ajuda daqueles que souberam reconhecer e superar relacionamentos semelhantes. Uma vez livres de tal jogo sedutor, poderemos ter compaixão por eles. Mas, antes disto, é preciso nos curar.
Lembre-se, eles não mudam e não será você que irá provar o quanto é boa e capaz ao tentar mudá-los!
Bel Cesar
domingo, 16 de fevereiro de 2014
Belos e Maus!
Blusão de couro, corpo elegante. Um olhar quase hipnótico de tão atraente, que se demora ao contemplar com a maior atenção a pessoa com quem dialoga... Eis um rapaz que atrai, que “puxa para si” - especialmente se quem está sendo mirada é uma mulher já “de uma certa idade”.
Uma mulher bonitona, com dinheiro na bolsa...com alguma carência afetiva, também... Como é que ele sabe que aquela senhora chique, descolada, tem tanta grana e infelicidade juntas? Por que será que pinçaa no meio do grupo geral de pessoas para justamente dela aproximar-se e então iniciar um tórrido relacionamento? Ele capta todo um universo de informações não verbais, não explícitas, com notável eficiência - porque é um psicopata.
Este casalzinho bem pode ser o Felipe e a Clô Ayala (Henri Castelli e Regina Duarte) da novela O Astro, exibida há poucos meses na TV Globo. Henri Castelli, ator de grande talento, emprestou seu charme (e sobretudo seu olhar) para compor o personagem que sugere um tipo de psicopata muito comum: o aproveitador de mulheres. Aquele que nelas mergulha (fisicamente) do mesmo modo que mergulha, nada, bóia, dá cambalhotas e “pula ondas” nas suas contas bancárias (dessas mulheres).
Vasto e complexo é o universo da Psicopatia. Há pelo menos dois séculos já é velha conhecida - a anormalidade - da Psiquiatria, com outros nomes conforme a época em que foi descrita e analisada: “manie sans délire” (França), “moral insanity” (Inglaterra); “oligofrenia moral”, etc.
Neste artigo queremos deter-nos no tipo (já que são tantos os tipos e subtipos psicopáticos) do aproveitador de mulheres. É o namorado que vai entrando de mansinho na vida da companheira, com um carinho, uma atenção e uma sexualidade totalmente cativantes, prometendo mil compromissos definitivos, falando palavras que mais parecem saídas de um livro de poesias medievais ! Até que... começam as investidas no cartão de crédito, os pedidos para emprestar o carro ou comprar um “zero”, só para ele. Objetos da casa podem misteriosamente sumir...papéis são falsificados, assinaturas forjadas. Desfalques. Fraudes escandalosas.
A mulher-amante ( amantíssima! ) não pode acreditar que seu garotão tão maravilhoso e puro é que fez esse rolo todo. E mais: fez, armou, planejou com antecedência, sim. A Psicopatia é uma anormalidade que surge predominantemente nos homens, pois está ligada ao cromossomo Y. É algo mais profundo que um simples “modo de ser”. Mas também surgem formas psicopáticas em mulheres, - e essas são terríveis. O mundo ainda está engatinhando diante da compreensão da magnitude do problema. No momento, só uma atitude sábia é recomendável : Fuja dele !
Amiga, fuja e corra como quem corre de um incêndio !!!
Madalena Tavares é escritora e artista plástica,
formada em Psicologia pela UFRJ.
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