Os indivíduos com traços psicopáticos são pessoas que agem somente em benefício próprio, não importando os meios utilizados para alcançar seus objetivos. Além disso, são desprovidos do sentimento de culpa e dificilmente estabelecem laços afetivos com alguma pessoa – quando o fazem é por puro interesse..
Usando uma metáfora podem ser chamados de “camaleão”. Pessoa com habilidade de mudar de atitudes, adaptando-se, em cada caso, a mais vantajosa.
Por que o camaleão é uma boa metáfora para o psicopata? Porque o conceito de réptil sáurio nos descreve o mais essencial desse personalidade: sua capacidade de evitar emoções humanas mais genuínas e ergue-se como uma metáfora do mal. Dessa forma a ausência de qualquer preocupação com o bem estar dos outros, a crueldade e a insensibilidade emocional poder ser considerados como próprios de uma “estado reptiliano”. O psicopata, dessa forma, converte-se no mais perfeito predador da própria espécie.
Ora, acima de tudo a psicopatia, é uma condição relacional, cuja ruptura com os códigos morais constitui suas características mais distintivas: na vida cotidiana do psicopata estão ausentes as mínimas habilidades que lhe permitem estabelecer uma relação sincera, previsível e plenamente humana.
A expressão mais violenta da psicopatia é a conduta criminosa: os delitos mais cruéis na maioria das vezes são cometidos por sujeitos psicopatas. No entanto, a maior parte desse grupo não é formada por delinqüentes ou por indivíduos que delinqüem com suficiente intensidade ou freqüência para serem capturados ou processados. Trata-se de pessoas que, graças a seus “encantos pessoais”, enganam, manipulam e arruínam as finanças e as vidas de todos aqueles que têm a má sorte ou a imprudência de se associarem, pessoal ou profissionalmente, a eles.
As pessoas biologicamente predispostas à psicopatia exibem uma conduta extremamente cruel e criminosa em muitos ou na maioria de seus comportamentos.
Dessa forma pode-se afirmar que:
1. Muitos comportamentos que atualmente qualificam-se de “incompreensíveis” são obras de psicopatas. Vou tentar neste texto explicar quem são eles e porque fazem o que fazem.
2. Os psicopatas criminais são muitos perigosos. Constituem os delinqüentes mais violentos e estão presentes em muitos casos de agressões de mulheres e crianças, assassinatos em série, violações sistemáticas e multirreincidentes. É preciso dispor-se a identificá-los e a fazer um esforço para que recebam atenção adequada.
3. Muitas outras pessoas são psicopatas e não se dedicam ao crime. Podem viver em nosso prédio, ser nosso marido, esposa ou amante, nosso filho, nosso colega de trabalho, um político, um pastor, um padre... É vital compreender isso, enxergar a magnitude do problema.
4. Os psicopatas que não são delinqüentes habituais adaptam-se a muitas circunstâncias, se acamuflam, manipulam, depreciam nossas instituições públicas, abalam nossa confiança nas pessoas e são capazes de nos levar ao inferno em vida. Estão especialmente preparados para desprezar as necessidades dos demais e são capazes de machucar e maltratar sem piedade; por isso, constituem um dos maiores desafios à humanidade no século XXI.
5. Esse sujeito nos apresenta uma imagem de pessoa preocupada consigo mesma, cruel e sem remorsos, com uma carência profunda de empatia e incapaz de formar relações cálidas com os demais, uma pessoa que se comporta sem as restrições que impõe a consciência. O que se destaca nesse sujeito é a ausência das qualidades essenciais que permitem aos seres humanos viver em sociedade.
6. Há uma predisposição à psicopatia. Parece difícil contestar essa opinião com dados científicos que temos até agora. Por isso é fundamental lembrar que o meio social que construímos para viver juntamente com os nossos filhos pode ser de vital importância para inibir de forma relevante esse fenômeno, ou para fomentá-lo e gerar o que alguns autores chamam de “uma sociedade psicopática’”.
À luz das definições acima percebemos que há pessoas que sofrem da mesma doença de alguns assassinos em série e também de certos políticos, lideres religiosos e executivos. São “assassinos”, não como o maníaco do parque ou Jack “o estripador”. Mas todos sofrem do mesmo problema: uma total ausência de compaixão, nenhuma culpa pelo que fazem ou medo de serem pegos, além de inteligência acima da média e habilidade para manipular quem está a sua volta. Diria que o psicopata é um predador da própria espécie.
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